Começaremos
com a pergunta...
Ópera
- O que é???
Uma
breve resposta: Ópera é a união do teatro e da música. Se deliciem com
este artigo!!!!
Ópera
Ópera (em italiano significa trabalho,
em latim,
plural de "opus", obra) é um gênero artístico teatral
que consiste em um drama encenado acompanhada de música, ou
seja, composição dramática em que se combinam música instrumental e canto, com
presença ou não de diálogo falado. Os cantores são acompanhados por um grupo
musical, que em algumas óperas pode ser uma orquestra sinfônica completa.
O drama é apresentado utilizando os
elementos típicos do teatro, tais como cenografia, vestuários e atuação. No
entanto, a letra da ópera (conhecida como libreto) é normalmente cantada em
lugar de ser falada. A ópera é também o casamento perfeito entre a música e o
teatro.
Classificação
dos Cantores
Os cantores e seus personagens são
classificados de acordo com seus timbres vocais.
· Os cantores em: baixo, baixo-barítono (ou
baixo-cantor), barítono, tenor e contratenor.
· As cantoras em: contralto, mezzo-soprano e soprano.
Cada uma destas classificações tem
subdivisões, como por exemplo: um barítono pode ser um barítono lírico, um
barítono de caráter ou um barítono bufo, os quais associam a voz do cantor com
os personagens mais apropriados para a qualidade e o timbre de sua voz.
Enredo
Uma
ópera segue, basicamente, um roteiro padrão. Primeira parte, a Abertura, onde é
tocada uma música pela orquestra. Seguida por, Recitativo, onde os atores ficam
dialogando. Os personagens secundários participam do coro, enquanto os
principais interpretam as árias (composições para voz solista).
Origem
O termo ópera provém do latim opera,
plural de opus ("obra", na mesma língua),
sugerindo que esta combina as artes de canto coral e solo, recitativo e balé, em um
espetáculo encenado.
A ópera surgiu no início do séc.
XVII, na Itália para definir as peças de teatro musical, às quais
se referia, com formulações universais como dramma per música (drama
musical) ou favola in música (fábula musical), espécie de
diálogo falado ou declamado acompanhado por uma orquestra.
Devido seu local de origem, a maior
parte das óperas é encenada em latim ou italiano. Suas origens remontam as
tragédias gregas e cantos carnavalescos italianos do séc. XIV.
A primeira obra considerada uma ópera,
data aproximadamente do ano 1594 em Florença no
final do Renascimento. Chamada Dafne (está atualmente
desaparecida) escrita por Jacopo Peri e Rinuccini, para um círculo elitista
de humoristas florentinos,
conhecido como a Camerata. Dafne foi
uma tentativa de reviver uma tragédia grega clássica, como parte de uma ampla
reaparição da antiguidade que caracterizou o Renascimento.
Um trabalho posterior de Peri, Eurídice -
escrita para as bodas de Henrique IV e Maria de Médicis, em 1600 - é a primeira
ópera que sobreviveu até a atualidade.
Ópera Italiana
Na Itália, três cidades deram
importantes contribuições para o desenvolvimento da ópera.
· Roma aperfeiçoou os Coros;
· Nápoles o "bel canto", ou
seja, a arte de cantar, e;
· Veneza a música instrumental.
A escola considerada mais importante
foi de Veneza, onde surgiu o primeiro gênio da ópera, Claudio Monteverdi (1567-1643). Nascido em
Cremona e foi membro da sociedade Os Filarmônicos de Bologna, onde
realizou progressos na arte musical e contribuiu com o crescimento do drama
lírico com suas duas óperas Ariana e Orfeo.
Seu discípulo, Francesco
Cavalli (1599-1676) aperfeiçoou o estilo de Monteverdi, agrupando
várias vozes em: duetos, tercetos e quartetos, e colocando os coros em lugar de
importância secundária. Cavalli introduziu também, os elementos cômicos.
Contemporâneos de Cavalli,
encontramos Giacomo Carissimi (1604-1674), de Roma, que se distinguiu
nos oratórios. Seu discípulo Antonio
Cesti (1620-1669), introduziu na escola veneziana o estilo do oratório
de Carissimi. Só que o público já clamava pela forma de Cavalli, por isso Cesti
dividiu a ópera em: Ópera-séria e Ópera-bufa.
Em Nápoles Alessandro Stradella (1645-1681) empregou
os métodos de Carissimi em suas obras, mas a grande importância da Escola
Napolitana se deve à Alessandro Scarlatti (1659-1725) que
conecta a severa escola do contraponto e a escola livre do bel canto.
Com Scarlatti a melodia adquire maior fluência e graça, e as árias tomam forma
de recitativo. Scarlatti usou também a forma de Abertura.
Os seguidores de Scarlatti
foram: Nicola Porpora (1686-1766); Francesco
Durante (1684-1755), que teve ilustres pupilos, dentre eles: Nicola Logroscino(1700-1763),
o inventor do concertante final e Niccolò Piccinni (1728-1800) que desenvolveu
ainda mais esta forma, durante o período de Glück em Paris.
Em Nápoles surgiu: Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736)
que escreveu uma obra notável, La serva Padrona; Niccolò Jommelli (1714-1785) chamado o Glück italiano; Baldassare Galuppi(1706-1785), considerado o pai
da ópera bufa; E o maior expoente na ópera séria foi Giovanni Bononcini (1660-1750).
Christoph Willibald Glück (1714-1787),
foi o primeiro reformulador do drama lírico. Depois de obter considerável fama
na produção de óperas italianas convencionais, foi para a Inglaterra. Mas não
satisfeito com as condições existentes para a ópera e afim de estudar mais, foi
para Paris, onde se sentiu muito atraído pelas obras de Jean-Philippe Rameau (1683-1764).
Retornando a Viena dedicou-se novamente aos estudos, tentando sempre
estabelecer uma relação mais íntima entre a música e o drama. Em 1762 estreia a
ópera Orfeu, afim de aplicar muitas de suas teorias. Mas somente
com Alceste, em 1767, que consagrou-se um dos principais
compositores de drama lírico do mundo.
Ópera-séria
A ópera-séria, também conhecida como
dramma per musica ou melodramma serio, se refere a um estilo nobre e sério de
ópera italiana que predominou na déc.
de 1710. A sua origem foi a partir das convenções austeras do drama
através da música, do chamado alto barroco. O próprio termo era pouco usado
na época, e só se tornou comum depois que a própria opera seria saiu de moda.
Pois se apresentava muito elaborada, apresentando várias cenas diferentes, sem
se importar com a temática dramática, com presença de grandes coros sem nenhuma
temática também dramática. A orquestra era meramente um acompanhamento.
Ópera-bufa
A ópera-bufa, também conhecida como
comédia per musica ou divertimento giocoso, se refere a versão italiana
da opéra-comica. A sua origem estava ligada a
desenvolvimentos musicais e literários que ocorriam em Nápoles no
início do séc. XVIII, de onde se espalhou para Roma e norte da
Itália.
distinguir-se da ópera-cômica
(produzida mais tarde na França) onde o diálogo é falado. Na ópera cômica a
ação não é sempre cômica, como exemplos: "Les Deux Journées" e
"Carmen". "O Barbeiro de Sevilla", de Rossini, é um
exemplo de ópera bufa.
A ópera-bufa era de caráter ligeiro e
burlesco, mantendo grande parte do efeito dramático, mas freqüentemente se
convertia em vulgar e meramente comum. O diálogo por meio de recitativos, fora
tarde modificado com a introdução de árias, duetos e corais. Estilo de
ópera se tornou popular em Nápoles,
onde dava aos cantores oportunidades para exibir suas técnicas vocais.
Bel
Canto
O bel canto é um estilo do início
do séc. XIX, presente na ópera italiana que se
caracterizava pelo virtuosismo e os adornos vocais que demonstrava o solista em
sua representação. Ademais, baseava-se numa expressão vocal distinta, em que o
drama deveria ser expresso através do canto, valorizando-se sobretudo a melodia
e mantendo-se sempre uma linha de legato firme e impecável.
O estilo bel canto contem alguns dos
personagens mais complexos e dramáticos do repertório operístico, como a Norma,
de Bellini, e a Lucia di Lammermoor, de Donizetti. Era,
contudo, uma forma de expressão particular, alinhada aos ideais do Romantismo.
Na primeira metade do séc. XIX o bel
canto alcançou seu nível mais alto, através das óperas de Gioacchino Rossini, Vincenzo
Bellini e Gaetano Donizetti, dentre outros. Esta técnica
continuou a ser utilizada muito tempo depois, embora novas correntes musicais
tenham o sobrepujado.
Muitas óperas desse estilo ficaram
abandonadas durante décadas ou até mais de um século, só vindo a ser resgatadas
entre os anos 1950 e 80, período que ficou conhecido pelo resgaste de diversas
óperas capitaneados por cantoras famosas como Maria
Callas, Joan Sutherland, Leyla
Gencer e Montserrat Caballé.
Ópera francesa
Rivalizando
com produções importadas da ópera italiana, uma tradição francesa separada,
cantada em francês, foi fundada pelo compositor italiano
Jean-Baptiste Lully, quem monopolizou a ópera francesa desde 1672. As aberturas de
Lully, seus recitativos disciplinados e fluidos e seus intermezzi estabeleceram
um padrão que Gluck lutou por reformar quase um
século depois. A ópera na França permaneceu,
incluindo interlúdios de balé e uma elaborada maquinaria cenográfica.A ópera
francesa esteve influenciada pelo bel canto de Rossini e outros compositores italianos.
Ópera-comique
A ópera francesa com diálogos falados é conhecida como
ópera-comique, independente de seu conteúdo, mas inicialmente, por volta do
início do século XVIII, seu libreto estava atrelado ao gênero buffo. Esta teve
seu auge entre os anos de 1770 e 1880 e uma de suas representantes mais reconhecidas
foi Carmen de Bizet em1875. A ópera-comique serviu como modelo para o desenvolvimento
do singspiel alemão e
pode assemelhar-se à operetta, conforme o peso de seu conteúdo temático.
Grand
Ópera Os elementos da Grand
Ópera francesa
apareceram pela primeira vez nas obras Guillaume Tell de Rossini em 1829 e Robert le Diable de Meyerbeer em 1831. Caracteriza-se por ter decorações luxuosas e
elaboradas, um grande coro, uma grande orquestra, balés obrigatórios e um número elevado de
personagens. O ápice da Grand Ópera na Itália se dá com Verdi com Les Vêpres Siciliennes e Don Carlo e na Alemanha com o Rienzi de Richard Wagner.
Ópera
Alemã
Depois vieram Mozart, com suas óperas notáveis: "O Rapto
do Serralho", "As Bodas de Fígaro", "Don Giovanni",
"Cosi fan Tutte", "A Flauta Mágica", etc. Com von Weber
(1786-1826) inicia-se a ópera romântica alemã. Em "Der Freischütz"
ele oferece ao povo alemão sua primeira ópera nacional. Os dois grandes
contemporâneos de von Weber na Alemanha foram Spohr (1784-1859) e Marschner
(1795-1861).O singspiel alemão A Flauta Mágica de Mozart se
encontra à frente da tradição da Ópera alemã que foi desenvolvida no século
XIX por nomes como Carl Maria von Weber, Heinrich Marschner e Wagner. Este último introduziu o conceito do drama
musical, em que a ópera deixava de ser
composta por "números" e a música passa a ter um fluxo contínuo, sem
divisões em árias, duetos, etc.
A
ópera Tristão e Isolda foi a primeira a ser estruturada desta forma.De uma
forma geral, a ópera alemã tem a característica de abordar temas mitológicos e
fantásticos, de intensa profundidade, mas que a rigor não poderiam ser
classificadas como óperas cômicas ou trágicas, por não terem a ação trágica ou
cômica como núcleo principal do drama.
É
notável também a característica peculiar das óperas alemãs que tratam de
histórias de amor, que em grande parte dos casos terminam em final feliz sem
serem necessariamente cômicas (ex.: Der
Freischütz, de Weber; A
Flauta Mágica, de Mozart; Der
Rosenkavalier, de Richard
Strauss).
Ópera
na Atualidade
Após as correntes minimalistas e
atonais de vanguarda, a segunda metade do século XX presenciou um momento misto
na composição operística. Por um lado, compositores como Philip Glass e Johnny
Cage seguiram um estílo minimalista, enquanto compositores como Samuel Barber e
Francis Poulenc compuseram escritas puramente tonais. No momento contemporâneo,
os principais compositores de ópera são John Adams, Tobias Picker, Jake Heggie,
André Previn, Mark Adamo e Kaija Saariaho, dentre outros. A produção operística
continua intensa, embora poucas delas consigam se firmar no repertório das
casas de Ópera.
Ópera em Portugal
Desconhece-se exatamente quando se
começou a cantar ópera em Portugal, mas já antes de 1755 havia um
teatro onde se executava ópera em Lisboa e que
foi destruído pelo terramoto. Foi já na regência de Dom João, Príncipe do Brasil (futuro Dom
João VI) que em 1793 se inaugura o Teatro Nacional de São Carlos com
a ópera La Ballerina amante de Cimarosa.
Também o Teatro Nacional São João, no Porto, foi inaugurado
durante a regência do Príncipe do Brasil e foi palco de inúmeras óperas desde
então. Foi no Porto que a célebre cantora lírica Luísa
Todi viveu e trabalhou antes de seguir para Londres onde
alcançaria fama internacional. Luísa
Todi era natural de Setúbal,
terra também estreitamente ligada a ópera.
Depois de um declínio na atuação e
assistência deste espectáculo musical em Portugal na sequencia da revolução de 1974, hoje em dia a ópera está de
novo em ascensão, com mais atuações, maior público e mais investimentos
públicos e privados.
A principal palco de ópera português continua a ser o Teatro Nacional de S. Carlos, embora
outras entidades e companhias apresentem, pontualmente, espectáculos nesta área
(como sejam os casos do Teatro
Aberto e da ACTA, por exemplo).
Ópera no Brasil
A ópera era uma forma de lazer no
século XIX, tocada muito nos Saraus (um evento cultural ou musical realizado
geralmente em casa particular onde as pessoas se encontram para se expressarem
ou se manifestarem artisticamente).
A primeira ópera composta e estreada
em solo brasileiro foi I Due Gemelli, de José Maurício Nunes Garcia, cujo texto
se perdeu posteriormente. Porém, considera-se a primeira ópera genuinamente
brasileira, com texto em português, A Noite de São João,
de Elias Álvares Lobo.
O compositor de óperas brasileiro mais
famoso foi, sem dúvida, Carlos Gomes. Embora tenha estreado boa parte de suas
óperas na Itália e muitas delas com texto em italiano, Carlos Gomes frequentemente
usava temáticas tipicamente brasileiras, como as óperas Il Guarany e Lo Schiavo,
sendo um nome bastante reconhecido em seu tempo, tanto no Brasil quanto na
Itália.
Outros compositores de ópera
brasileiros notáveis foram Heitor Villa-Lobos, autor de óperas como Izaht e Aglaia, e Mozart Camargo Guarnieri, autor de Um
Homem Só. Nos tempos atuais, a ópera brasileira continua sendo composta e
tende a seguir as tendências da música de vanguarda, tais como Olga,
de Jorge Antunes, A Tempestade, de Ronaldo
Miranda, e O Cientista, deSilvio
Barbato.
De grande importância temos
também Elomar Figueira Mello, que compôs em 1983
"Auto da Catingueira", uma ópera em cinco movimentos e ainda as
"Árias Sertânicas" já em 1992, além de vários outros trabalhos,
sempre com a temática, cenas, momentos envolvendo histórias de vida vividas ou
passadas. O compositor Brasiliense João
MacDowell tem obtido grande sucesso com encenações de sua ópera
bilingue Tamanduá, encenada em Nova York e New Jersey. A história conta a
jornada de uma jornalista norte-americana no Brasil, envolvida em um triângulo
amoroso e elementos da religiosidade como candomblé e pajelança. A música
mistura elementos contemporâneos e ritmos brasileiros.