quarta-feira, 24 de abril de 2013


Baixo
É o timbre masculino mais grave. Possui grande extensão de graves, passeia por eles com destreza e clareza. A sua extensão mais comum vai de E2 ao E4 (E1 ao E3). Contudo há muitos baixos que possuem mais graves.

Tipo de baixo:
·         Baixo Ligeiro;
·         Baixo barítono;
·         Baixo cantante;
·         Baixo profundo;
·         Baixo super profundo;

Baixo Ligeiro

Timbre raro e leve. Utilizado em papéis buffos e de coloratura. Utilizado a priori em personagens de deuses e pessoas misteriosas. Mas futuramente em papéis de idosos e pais. A ópera Dom Giovanni conta com um baixo em seu papel principal. Sua extensão mais comum parte de um F2 ao F4 (F1 ao F3) podendo, raramente, chegar ao A4 (A3). Região central volumoso. Seus graves são o que o diferencia do barítono.

Ruggero Raimond, na ópera O barbeiro de Sevilha, La Calunnia - Rossini


Baixo Barítono

É um timbre intermediário, se assemelha muito com o barítono.  Possui maior dramaticidade se comparado com o baixo cantante. Na ópera Carmen temos Escamilo, personagem que se encaixa perfeitamente neste timbre. Muito utilizado por Wagner em suas óperas.

Escamilo e Don Jose , ópera Carmen, Bizet.


Baixo Cantante

É o timbre mais comum entre os baixos, principalmente na atualidade.  Sua extensão parte de um E2 ou F2 e pode atingir um F4 ou F#4.  Seus agudos são escuros, redondos e harmoniosos. Possui um legato expressivo. Apto para coloraturas. Sua região media possui potência com grande variedade de cores. Caminha de uma sonoridade aveludada com som suave e doce ao áspero e metálico.  Grande agilidade nos graves perfeito para papéis barrocos e renascentistas.

Ezio Pinza em Dormirò sol nel manto mio regal - Don Carlo - Verdi


Baixo Profundo

Um dos timbres mais graves e pesados da voz masculina. Intenso. Imponente. Possui tessitura que parte de Bb0 ao E4. Agudos metálicos com grande amplidão sonora. Cor áspera e pouco harmoniosa. Região central escura, que chega a prejudicar a dicção. Graves cavernosos cobiçadíssimos.

Cesare Siepi - Leporrelo - Don Giovanne - Mozart.


Baixo Super profundo
Este sim é o timbre mais grave da voz masculina, possui uma extensão de duas oitavas abaixo da média partindo do C0 ao C3. Agudos com grande amplidão sonora, cor áspera e metálica, sem facilidade para legatto. A região central é escura, assim como o baixo profundo, possui dificuldades na dicção. Não há repertório próprio pra este timbre. A nota mais grave que temos em repertórios é um D2 em Osmin personagem de Mozart.

Ivan Rebroff - Ave Maria - Gounod 


Apreciem sem moderação.
Até a próxima!!!
Jhon Paker


domingo, 21 de abril de 2013


Barítono
Voz masculina intermediária. É o timbre masculino mais comum. A palavra barítono tem origem grega e significa som profundo, da mesma forma que a palavra Tenor, que significa sustentar. O barítono possui uma extensão que vai de um G2 ao G4. Lembrando que esta extensão não é lei, ela pode variar de um cantor para o outro. O que nos leva as subdivisões deste timbre.
·         Barítono ligeiro;
·         Barítono lírico;
·         Barítono alto;
·         Barítono dramático;
Ateremo-nos a estas subdivisões.


Barítono Ligeiro
É o mais leve dos barítonos, voz clara e suave. Sua extensão vai de um G2 ao Bb4 (notação americana). Muito utilizado na ópera francesa. Possui grande extensão de agudos, com grande volume. Os médios possuem a emissão anasalada, e os graves se caracterizam por sua baixa intensidade e clareza.



Barítono Lírico
É o timbre típico dos barítonos. Voz escura e aveludada. Flexível. Seu registro de agudos é pobre se comparado com os demais barítonos, contudo é aveludado e harmonioso. Seus médios são excelentes, ou melhor, estão aptos para declamações e papéis falados. Já nos graves possui uma intensidade média.

Giuseppe Taddei, na ópera O Barbeiro de Sevilha - Rossini.




Barítono Alto
Expressivo. Metálico. É um timbre dramático. Agudos seguros e com expressão. É um típico barítono de Verdi. Grande extensão para agudos. Seus médios produzem uma resposta sonora com maior vigor, se comparado aos demais registros. Passeia tranquilamente do registro de graves ao de agudos. Graves muito seguros.

Toreador  - Carmem de Bizet.


Barítono Dramático
Sua extensão compreende do F1 ao G3 (F2 ao G4). É o mais pesados dos barítonos. Possui grande intensidade e dramaticidade. É escuro e metálico. Possui um registro de agudos pobre se comparado aos demais barítonos. Seus médios são ricos e de carácter metálico. Possui um registro generoso de graves com cor e potência.

Keith Harris, na ópera Otello da Verdi.



Em breve postarei o vídeo que falta. 

Jhon Paker.

quarta-feira, 17 de abril de 2013


Tenor
O tenor é a voz masculina que possui maior extensão para agudos podendo atingir até um F5. É claro que isto pode variar de um interprete para o outro. A nota mais grave que esta voz pode atingir é um Bb 2.
A palavra tenor significa sustentar, esta voz é utilizada no meio operístico em papéis principais, protagonistas. É claro que há exceções, como na ópera Dom Giovanni de Mozart.
Tipos de Tenor
·         Tenor Ligeiro;
·         Tenor Lírico;
·         Tenor Spinto;
·         Tenor Wagneriano;
·         Tenor Dramático;
·         Contra tenor;
Tenor ligeiro
Possui uma região riquíssima de agudos, chegando a atingir um C5 na voz de peito. Possui flexibilidade e agilidade em seus agudos. A região média é ágil e clara. Não possui intensidade. Seus graves são de pouco peso, contudo os possui. Pode utilizar-se da técnica de coloratura.

Ruan Diego flores, na primeira ária do personagem Almaviva - O barbeiro de Sevilha - Rossini.


Tenor Lírico
É o timbre mais comum nos tenores. Possui uma tessitura que vai do C3 ao C5. É um timbre redondo e belo. Possui agudo com uma facilidade imensa para legatos, com agilidade e expressividade, é também rico em harmônicos. Não possui extensão para coloratura. Seus graves possuem uma sonoridade mais forte.

José Carreras na ópera La forza del destino de Verdi.



Tenor Spinto
Voz metálica e robusta. Assemelha-se ao tenor dramático. É uma classificação pouco conhecida. Chega a atingir um C5, na voz de peito. Enquanto um tenor dramático atinge apenas um B4.

Franco Correlli canta Granada.


Tenor Wagneriano
Tenor específico para as óperas de Wagner. Possui agilidade e destreza impressionante. As óperas de Wagner têm como uma de suas características o cromatismo, que as tornam de difícil execução. Pode-se dizer que este timbre é uma extensão do tenor dramático.

Tenor Dramático
Timbre raro, robusto, voz metálico e às vezes áspero. Seus agudos são potentes e pesados, podendo ultrapassar, perpassar o peso da orquestra. A região central é escura, de grande intensidade e vigor. A região grave é excepcional.

Jonas Kauffman como Parsifal na ópera de Wagner.



Contra Tenor
Voz raríssima. Na antiguidade a classe que substituía este timbre eram os castratis, dos quais podemos citar Farrineli. É um timbre que possui agudos que invadem o campo do soprano. Possuem uma extensa tessitura e uma riqueza inigualável nos agudos.

Evandro Oliva - Laschia ch'io pianga - Handael




Obs.: Não há palavras para descrever a beleza deste timbres. Trago a vocês pequenas descrições para que se situem apenas. Ouçam os vídeos e procurem enxergar a riqueza de cada timbre.




terça-feira, 16 de abril de 2013


Vozes masculinas

Assim como vimos nas vozes femininas, as vozes masculinas se classificam em três. São elas:
·         Tenor: é a voz masculina mais aguda, possui amplas subdivisões. É uma voz que possui belos agudos.

   A seguir Luciano Pavarrotti, na ópera Tosca - Puccini.






·         Barítono: é a voz intermediária. Suave e doce. Caminha com destreza entre tenor e baixo.
   A seguir Thomas Hampson na ópera O Barbeiro de Sevilha - Rossini.


·         Baixo: é a voz mais grave. Possui graves imponentes. Harmônicos lindos, voz aveludada. 
   Segue James Morris em Die Wlaküre - Wagner.

sábado, 13 de abril de 2013

Contralto


É o timbre feminino com maior extensão para graves. É uma voz rara, muitos dos papéis escritos para esta voz são interpretados por uma Mezzo-soprano dramático. Ao ouvir o contralto, as vezes, temos a impressão de que estamos ouvindo uma voz masculina. Apesar de raro conhece-se dois tipos específicos deste timbre.

São eles:
·         Contralto profundo;
·         Mezzo-contralto;

As principais características que podem ser destacadas neste timbre são seus agudos obscuro, perfeitos em harmônicos, região média é ampla, ágil e flexível, e seus graves por vezes assemelham-se ao barítono podendo alcançar até um C3.

Contralto Virago

Uma voz raríssima, uma anomalia anatômica. Sua extensão estende-se da extensão de A2 a C7. O caso mais conhecido é o de Yma Sumac, que desenvolveu um reportório todo especial.
Veremos duas interpretes, uma delas vocês já conhecem.

Nathalie Stuzamann em Lacscio ch'io pianga de Händel. 


Yma Sumac - Contralto virago

Referências:
1) Google
2) Wikipédia
3) Youtube

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Mezzo-soprano


Hoje falaremos um pouco das mezzo-sopranos. Apreciem sem moderação...

Esta é a voz que se encontra entre o soprano e o contralto. O contralto legítimo é muito raro, desta forma, a maioria dos papéis que se destinam aos contraltos são executados pelas mezz-sopranos.

Vejam suas principais classificações, são três:
  • Ligeiro;
  • Lírico-coloratura;
  • Dramático;
Mezzo-soprano Ligeiro


É o timbre mais leve entre os mezzos-sopranos, de pouca intensidade, voz clara e ágil, está mais próxima dos sopranos, sua cor é clara com pouco metal e geralmente muito flexível. Possui certa desigualdade de registros. Quase sempre está associada aos papéis de coloratura. Voz muito flexível. Seus agudos são leves e de pouca intensidade, os médios possuem muita flexibilidade e é rica em harmônico, sonoridade harmônica e aveludada. Os graves de fácil emissão do peito e como uma cor mais forte.

Papéis em óperas:


·          Berenice, na homônima ópera de Gluck;
·         Maliká, em Lakmé, de Leo Delibes;
·         Stefano, em Romeo et Juliete, de Charles Gonoud;
·         Siebel, em Faust, de Charles Gonoud;
·         Hansel, em Hansel und Gretel, de Humperdinck;
·         Charlotte, em Wether, de Jules Massenet;

Curiosidade: A cantora gospel Aline Barros é Mezzo-soprano ligeiro.

Segue Ketevan Kemoklidze, na ária "Faite lui mes aveux" de Gounod, da ópera Faust. O ária se destina a personagem Siebel, e foi escrita para mezzo-soprano ligeiro.




Mezzo-soprano Lírico e Lírico-coloratura


É um timbre quente muito próximo do soprano, cuja passagem em voz plena encontra-se habituada, frequentemente, entre o Mi4. Possui grandes capacidades na região aguda como a emissão de tons agudos aflautados, normalmente vibrantes e potentes. Tem grande capacidade para a execução de passagens rápidas e ágil domínio em coloraturas. Ainda é possível incluir na categoria o "mezzo-soprano acuto" timbre luminoso com a emissão mais aguda e virtuosa. Denomina-se "lírico" pela passagem de soprano-lírico para contralto-lírico, em alguns casos dominando esses dois tipos de vozes, teoricamente, sua extensão na zona de conforto situa-se do Lá2 ao Dó5, apesar de mezzo-sopranos mais qualificadas apresentarem extensões maiores na amplitude grave ou na amplitude aguda.

Personagens:

·         Rossina, O barbeiro de Sevilha de Rossini;
·         Dona Elvira, Don Givanni, de Mozart;
·         Angelina, em La Cenerentola, de Gioacchino Rossini;
·         Isabela, em L’italiana in Algeri, de Gioacchino Rossini;


Segue Cecília Bartoli (Mezzo-soprano lírico-coloratura) e o barítono Thomas Hampson no dueto entre Zerlina e Don Giovanni, da ópera Don Giovanni, Mozart:




Mezzo-soprano Dramático

É uma voz bastante extensa e de grande intensidade, com agudos vibrantes. Expressa figuras femininas de forte personalidade.

Personagens:

  • Amnerís, ópera Aída, de Verdi;
  • Ortruda, ópera Lonhengrin, de Wagner;

Registro

Registro agudo é vibrante, possui riqueza de cores e de sons aveludadamente potentes e amplamente sonoros.
Registro central é vigoroso, escuro, de personalidade sonora enérgica e efetivamente dramática.
Registro grave pode alcançar a tenebrosa potencia do contralto através da fácil emissão de peito, com uma cor atenorada.

Segue Dolora Zajick em Aída de Verdi, Amnéris:


Referências: CD Formação de plateia

terça-feira, 9 de abril de 2013

O Soprano

São eles:
  • Coloratura ou Ligeiro;
  • Spinto;
  • Dramático;
  • Wagneriano;
  • Lírico;
Falaremos de cada um deles em particular. Gostaria de os convidar a conhecerem também a página do Conservatório Municipal de Música Heitor Villa Lobos, segue o link: conservatorio3pontas.blogspot.com.

Vamos lá....

Soprano Coloratura ou Ligeiro

Como o próprio nome diz, este tipo de soprano se caracteriza pela destreza que as possuidoras desta voz possuem. É a voz mais agudas dos sopranos. A destreza a que me refiro está presente na belíssima desenvoltura que as mesmas possuem nas notas agudas. Como exemplo temos a soprano ligeiro Maria Callas, interprete presente no vídeo que postei exemplificando a voz. A ressonância se dá na região craneana. Os graves são fracos. 
O nome coloratura se dá pelo fato de se cantar uma mesma vogal em várias notas diferentes. Segue em vídeo Diana Damrau, interpretando a Rainha da noite, na ópera A Flauta Mágica de Mozart. Está é uma ária muito conhecida. Apreciem.

Soprano Spinto

Voz com caráter mais dramático que o soprano lírico e coloratura. Possui o mesmo brilho para as notas agudas. Sons mais encorpados, principalmente os graves, que são bem generosos e encorpados. Puccini e Verdi, dois grandes compositores de ópera compuseram papéis marcantes para este tipo de soprano. Como exemplo podemos citar:
  • Aída - Verdi;
  • Tosca - Puccini;
  • Santuzza - Cavaleria Rusticana de Mascagni;
Como interpretes temos: Matina Arroyo, Emma Eames, Renata Scoto, Claudia Muzio, Violetta Villas, entre outras. Segue Violetta Villas em Libiano de La Traviatta de Verdi. 


Soprano Dramático

Voz rara, atua geralmente em papeis mais longos que exigem dramaticidade, possui um peso excepcional. Possui grande intensidade de declamação e potência também. Utilizada para personagens de grande maturidade, ou do cunho trágico. Como exemplo citaremos Donna Ana em Don Giovanni. 

Citemos algumas: Anita Cerquetti, Gina Cigna, Eva Marton, Jessye Norman, Katlin Mattlin, entre várias outras.
Segue Anitta Cerquetti em La Forza del destino, de Verdi, ária Pace mio dio.



Soprano Wagneriano

Soprano presente nas óperas de Wagner, pode-se dizer que ele revolucionou a ópera. Falaremos dele e estudaremos um pouco de sua vida em breve. Este timbre possui intenso volume e uma larga gama expressiva. Afinal as óperas de Wagner são muito complexas para o executante. Potência excepcional e resistência invulgar.

Como o próprio nome diz encontramos as interprete desta voz nas óperas de Wagner. 
Citemos algumas: 

  • Astrid Varnay;
  • Birgit Nilsson;
  • Elizabeth Ohms;
  • Gertrud Grob-Prandl;
  • Hildegard Behrens;

Segue Birgit Nilsson, em Tristão e Isolda, ária Liebestod.


Soprano Lírico


Voz leve e fluente. O oposto do soprano dramático. Voz típica do soprano, sonora e abeludada, igual no vários registros. Facilidade nos legatos e pouca virtuosidade para coloratura. 

Citemos algumas interpretes:
  • Adélia Issa;
  • Agnes Zaire;
  • Lara Fabian;
  • Bárbara Fritolli;
  • Bárbara Hendricks;
  • Carmen Monarcha;
  • Cherryl Studer;
Segue Carmen Monarcha, ária O mio babbino Caro de Puccini. Carmen está se apresentando com o violinista e maestro André Rieu.


segunda-feira, 8 de abril de 2013

Vamos conhecer então alguns nomes relacionados a este tema, para que todos se familiarizem com a ópera.


Faremos então uma série e aproveitaremos para estudar cada timbre vocal.

Vozes Femininas


Sopranos: é a voz mais aguda feminina. Na ópera ocupa sempre papeis de destaque, é claro que existem exceções.  

Mezzo-sopranos: Voz intermediária, geralmente ligada a papeis secundários, mas pode estar no papel principal, como na ópera Carmen de Bizet.

Contralto: Voz feminina com extensão grave. É a mais grave das vozes femininas.


Vejamos exemplos: 


Soprano: Maria Callas - Ópera Tosca de Puccini  - Ária Vissi d'arte

Mezzo-soprano: Cecília Bartoli - Ária Caro mio ben by Giordani.

Contralto: Nathalie Stutzmann - Orfeo 55 de Handel.

Apreciem sem moderação. Voltaremos logo com a  subdivisão de cada voz...
Até a próxima!!!
Jhon Paker

O que é ópera??

Vamos lá então??

Bom como eu já havia comentado a ópera é uma composição que une a música e o teatro. As primeiras óperas tinham um caráter vinculado com os finais Romeu e Julieta. Como assim?? Sempre terminavam em uma tragédia. Até hoje muitos leigos no assunto acreditam que a ópera ainda é assim. Aqui veremos que a várias classificações para este estilo composicional. Espero que gostem...



quarta-feira, 3 de abril de 2013

Ópera - o que é???


Começaremos com a pergunta...

Ópera - O que é???


Uma breve resposta:  Ópera é a união do teatro e da música. Se deliciem com este artigo!!!!




Ópera


Ópera (em italiano significa trabalho, em latim, plural de "opus", obra) é um gênero artístico teatral que consiste em um drama encenado acompanhada de música, ou seja, composição dramática em que se combinam música instrumental e canto, com presença ou não de diálogo falado. Os cantores são acompanhados por um grupo musical, que em algumas óperas pode ser uma orquestra sinfônica completa.
O drama é apresentado utilizando os elementos típicos do teatro, tais como cenografia, vestuários e atuação. No entanto, a letra da ópera (conhecida como libreto) é normalmente cantada em lugar de ser falada. A ópera é também o casamento perfeito entre a música e o teatro. 


Classificação dos Cantores
Os cantores e seus personagens são classificados de acordo com seus timbres vocais.
·         Os cantores em: baixo, baixo-barítono (ou baixo-cantor), barítono, tenor e contratenor.
·         As cantoras em: contralto, mezzo-soprano e soprano.
Cada uma destas classificações tem subdivisões, como por exemplo: um barítono pode ser um barítono lírico, um barítono de caráter ou um barítono bufo, os quais associam a voz do cantor com os personagens mais apropriados para a qualidade e o timbre de sua voz.


Enredo
Uma ópera segue, basicamente, um roteiro padrão. Primeira parte, a Abertura, onde é tocada uma música pela orquestra. Seguida por, Recitativo, onde os atores ficam dialogando. Os personagens secundários participam do coro, enquanto os principais interpretam as árias (composições para voz solista).




Origem

O termo ópera provém do latim opera, plural de opus ("obra", na mesma língua), sugerindo que esta combina as artes de canto coral e solo, recitativo e balé, em um espetáculo encenado.
A ópera surgiu no início do séc. XVII, na Itália para definir as peças de teatro musical, às quais se referia, com formulações universais como dramma per música (drama musical) ou favola in música (fábula musical), espécie de diálogo falado ou declamado acompanhado por uma orquestra.  
Devido seu local de origem, a maior parte das óperas é encenada em latim ou italiano. Suas origens remontam as tragédias gregas e cantos carnavalescos italianos do séc. XIV.
A primeira obra considerada uma ópera, data aproximadamente do ano 1594 em Florença no final do Renascimento. Chamada Dafne (está atualmente desaparecida) escrita por Jacopo Peri e Rinuccini, para um círculo elitista de humoristas florentinos, conhecido como a CamerataDafne foi uma tentativa de reviver uma tragédia grega clássica, como parte de uma ampla reaparição da antiguidade que caracterizou o Renascimento. Um trabalho posterior de Peri, Eurídice - escrita para as bodas de Henrique IV e Maria de Médicis, em 1600 - é a primeira ópera que sobreviveu até a atualidade.


Ópera Italiana

Na Itália, três cidades deram importantes contribuições para o desenvolvimento da ópera.
·         Roma aperfeiçoou os Coros;
·         Nápoles o "bel canto", ou seja, a arte de cantar, e;
·         Veneza a música instrumental.
A escola considerada mais importante foi de Veneza, onde surgiu o primeiro gênio da ópera, Claudio Monteverdi (1567-1643). Nascido em Cremona e foi membro da sociedade Os Filarmônicos de Bologna, onde realizou progressos na arte musical e contribuiu com o crescimento do drama lírico com suas duas óperas Ariana e Orfeo.
Seu discípulo, Francesco Cavalli (1599-1676) aperfeiçoou o estilo de Monteverdi, agrupando várias vozes em: duetos, tercetos e quartetos, e colocando os coros em lugar de importância secundária. Cavalli introduziu também, os elementos cômicos.
Contemporâneos de Cavalli, encontramos Giacomo Carissimi (1604-1674), de Roma, que se distinguiu nos oratórios. Seu discípulo Antonio Cesti (1620-1669), introduziu na escola veneziana o estilo do oratório de Carissimi. Só que o público já clamava pela forma de Cavalli, por isso Cesti dividiu a ópera em: Ópera-séria e Ópera-bufa.
Em Nápoles Alessandro Stradella (1645-1681) empregou os métodos de Carissimi em suas obras, mas a grande importância da Escola Napolitana se deve à Alessandro Scarlatti (1659-1725) que conecta a severa escola do contraponto e a escola livre do bel canto. Com Scarlatti a melodia adquire maior fluência e graça, e as árias tomam forma de recitativo. Scarlatti usou também a forma de Abertura.
Os seguidores de Scarlatti foram: Nicola Porpora (1686-1766); Francesco Durante (1684-1755), que teve ilustres pupilos, dentre eles: Nicola Logroscino(1700-1763), o inventor do concertante final e Niccolò Piccinni (1728-1800) que desenvolveu ainda mais esta forma, durante o período de Glück em Paris.
Em Nápoles surgiu: Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736) que escreveu uma obra notável, La serva Padrona; Niccolò Jommelli (1714-1785) chamado o Glück italiano; Baldassare Galuppi(1706-1785), considerado o pai da ópera bufa; E o maior expoente na ópera séria foi Giovanni Bononcini (1660-1750).
Christoph Willibald Glück (1714-1787), foi o primeiro reformulador do drama lírico. Depois de obter considerável fama na produção de óperas italianas convencionais, foi para a Inglaterra. Mas não satisfeito com as condições existentes para a ópera e afim de estudar mais, foi para Paris, onde se sentiu muito atraído pelas obras de Jean-Philippe Rameau (1683-1764). Retornando a Viena dedicou-se novamente aos estudos, tentando sempre estabelecer uma relação mais íntima entre a música e o drama. Em 1762 estreia a ópera Orfeu, afim de aplicar muitas de suas teorias. Mas somente com Alceste, em 1767, que consagrou-se um dos principais compositores de drama lírico do mundo.


Ópera-séria
A ópera-séria, também conhecida como dramma per musica ou melodramma serio, se refere a um estilo nobre e sério de ópera italiana que predominou na déc. de 1710. A sua origem foi a partir das convenções austeras do drama através da música, do chamado alto barroco. O próprio termo era pouco usado na época, e só se tornou comum depois que a própria opera seria saiu de moda. Pois se apresentava muito elaborada, apresentando várias cenas diferentes, sem se importar com a temática dramática, com presença de grandes coros sem nenhuma temática também dramática. A orquestra era meramente um acompanhamento.


Ópera-bufa

A ópera-bufa, também conhecida como comédia per musica ou divertimento giocoso, se refere a versão italiana da opéra-comica. A sua origem estava ligada a desenvolvimentos musicais e literários que ocorriam em Nápoles no início do séc. XVIII, de onde se espalhou para Roma e norte da Itália.
distinguir-se da ópera-cômica (produzida mais tarde na França) onde o diálogo é falado. Na ópera cômica a ação não é sempre cômica, como exemplos: "Les Deux Journées" e "Carmen". "O Barbeiro de Sevilla", de Rossini, é um exemplo de ópera bufa.
A ópera-bufa era de caráter ligeiro e burlesco, mantendo grande parte do efeito dramático, mas freqüentemente se convertia em vulgar e meramente comum. O diálogo por meio de recitativos, fora tarde modificado com a introdução de árias, duetos e corais. Estilo de ópera se tornou popular em Nápoles, onde dava aos cantores oportunidades para exibir suas técnicas vocais.

Bel Canto
O bel canto é um estilo do início do séc. XIX, presente na ópera italiana que se caracterizava pelo virtuosismo e os adornos vocais que demonstrava o solista em sua representação. Ademais, baseava-se numa expressão vocal distinta, em que o drama deveria ser expresso através do canto, valorizando-se sobretudo a melodia e mantendo-se sempre uma linha de legato firme e impecável.
O estilo bel canto contem alguns dos personagens mais complexos e dramáticos do repertório operístico, como a Norma, de Bellini, e a Lucia di Lammermoor, de Donizetti. Era, contudo, uma forma de expressão particular, alinhada aos ideais do Romantismo.
Na primeira metade do séc. XIX o bel canto alcançou seu nível mais alto, através das óperas de Gioacchino Rossini, Vincenzo Bellini e Gaetano Donizetti, dentre outros. Esta técnica continuou a ser utilizada muito tempo depois, embora novas correntes musicais tenham o sobrepujado.
Muitas óperas desse estilo ficaram abandonadas durante décadas ou até mais de um século, só vindo a ser resgatadas entre os anos 1950 e 80, período que ficou conhecido pelo resgaste de diversas óperas capitaneados por cantoras famosas como Maria Callas, Joan Sutherland, Leyla Gencer e Montserrat Caballé.

Ópera francesa

Rivalizando com produções importadas da ópera italiana, uma tradição francesa separada, cantada em francês, foi fundada pelo compositor italiano Jean-Baptiste Lully, quem monopolizou a ópera francesa desde 1672. As aberturas de Lully, seus recitativos disciplinados e fluidos e seus intermezzi estabeleceram um padrão que Gluck lutou por reformar quase um século depois. A ópera na França permaneceu, incluindo interlúdios de balé e uma elaborada maquinaria cenográfica.A ópera francesa esteve influenciada pelo bel canto de Rossini e outros compositores italianos.


Ópera-comique

A ópera francesa com diálogos falados é conhecida como ópera-comique, independente de seu conteúdo, mas inicialmente, por volta do início do século XVIII, seu libreto estava atrelado ao gênero buffo. Esta teve seu auge entre os anos de 1770 e 1880 e uma de suas representantes mais reconhecidas foi Carmen de Bizet em1875. A ópera-comique serviu como modelo para o desenvolvimento do singspiel alemão e pode assemelhar-se à operetta, conforme o peso de seu conteúdo temático.
Grand Ópera Os elementos da Grand Ópera francesa apareceram pela primeira vez nas obras Guillaume Tell de Rossini em 1829 e Robert le Diable de Meyerbeer em 1831. Caracteriza-se por ter decorações luxuosas e elaboradas, um grande coro, uma grande orquestra, balés obrigatórios e um número elevado de personagens. O ápice da Grand Ópera na Itália se dá com Verdi com Les Vêpres Siciliennes e Don Carlo e na Alemanha com o Rienzi de Richard Wagner.

Ópera Alemã

Depois vieram Mozart, com suas óperas notáveis: "O Rapto do Serralho", "As Bodas de Fígaro", "Don Giovanni", "Cosi fan Tutte", "A Flauta Mágica", etc. Com von Weber (1786-1826) inicia-se a ópera romântica alemã. Em "Der Freischütz" ele oferece ao povo alemão sua primeira ópera nacional. Os dois grandes contemporâneos de von Weber na Alemanha foram Spohr (1784-1859) e Marschner (1795-1861).O singspiel alemão A Flauta Mágica de Mozart se encontra à frente da tradição da Ópera alemã que foi desenvolvida no século XIX por nomes como Carl Maria von WeberHeinrich Marschner e Wagner. Este último introduziu o conceito do drama musical, em que a ópera deixava de ser composta por "números" e a música passa a ter um fluxo contínuo, sem divisões em árias, duetos, etc.
 A ópera Tristão e Isolda foi a primeira a ser estruturada desta forma.De uma forma geral, a ópera alemã tem a característica de abordar temas mitológicos e fantásticos, de intensa profundidade, mas que a rigor não poderiam ser classificadas como óperas cômicas ou trágicas, por não terem a ação trágica ou cômica como núcleo principal do drama.
É notável também a característica peculiar das óperas alemãs que tratam de histórias de amor, que em grande parte dos casos terminam em final feliz sem serem necessariamente cômicas (ex.: Der Freischütz, de Weber; A Flauta Mágica, de Mozart; Der Rosenkavalier, de Richard Strauss).

Ópera na Atualidade

Após as correntes minimalistas e atonais de vanguarda, a segunda metade do século XX presenciou um momento misto na composição operística. Por um lado, compositores como Philip Glass e Johnny Cage seguiram um estílo minimalista, enquanto compositores como Samuel Barber e Francis Poulenc compuseram escritas puramente tonais. No momento contemporâneo, os principais compositores de ópera são John Adams, Tobias Picker, Jake Heggie, André Previn, Mark Adamo e Kaija Saariaho, dentre outros. A produção operística continua intensa, embora poucas delas consigam se firmar no repertório das casas de Ópera.

Ópera em Portugal

Desconhece-se exatamente quando se começou a cantar ópera em Portugal, mas já antes de 1755 havia um teatro onde se executava ópera em Lisboa e que foi destruído pelo terramoto. Foi já na regência de Dom João, Príncipe do Brasil (futuro Dom João VI) que em 1793 se inaugura o Teatro Nacional de São Carlos com a ópera La Ballerina amante de Cimarosa.
Também o Teatro Nacional São João, no Porto, foi inaugurado durante a regência do Príncipe do Brasil e foi palco de inúmeras óperas desde então. Foi no Porto que a célebre cantora lírica Luísa Todi viveu e trabalhou antes de seguir para Londres onde alcançaria fama internacional. Luísa Todi era natural de Setúbal, terra também estreitamente ligada a ópera.
Depois de um declínio na atuação e assistência deste espectáculo musical em Portugal na sequencia da revolução de 1974, hoje em dia a ópera está de novo em ascensão, com mais atuações, maior público e mais investimentos públicos e privados.
A principal palco de ópera português continua a ser o Teatro Nacional de S. Carlos, embora outras entidades e companhias apresentem, pontualmente, espectáculos nesta área (como sejam os casos do Teatro Aberto e da ACTA, por exemplo).


Ópera no Brasil

A ópera era uma forma de lazer no século XIX, tocada muito nos Saraus (um evento cultural ou musical realizado geralmente em casa particular onde as pessoas se encontram para se expressarem ou se manifestarem artisticamente).
A primeira ópera composta e estreada em solo brasileiro foi I Due Gemelli, de José Maurício Nunes Garcia, cujo texto se perdeu posteriormente. Porém, considera-se a primeira ópera genuinamente brasileira, com texto em português, A Noite de São João, de Elias Álvares Lobo.
O compositor de óperas brasileiro mais famoso foi, sem dúvida, Carlos Gomes. Embora tenha estreado boa parte de suas óperas na Itália e muitas delas com texto em italiano, Carlos Gomes frequentemente usava temáticas tipicamente brasileiras, como as óperas Il Guarany e Lo Schiavo, sendo um nome bastante reconhecido em seu tempo, tanto no Brasil quanto na Itália.
Outros compositores de ópera brasileiros notáveis foram Heitor Villa-Lobos, autor de óperas como Izaht e Aglaia, e Mozart Camargo Guarnieri, autor de Um Homem Só. Nos tempos atuais, a ópera brasileira continua sendo composta e tende a seguir as tendências da música de vanguarda, tais como Olga, de Jorge Antunes, A Tempestade, de Ronaldo Miranda, e O Cientista, deSilvio Barbato.
De grande importância temos também Elomar Figueira Mello, que compôs em 1983 "Auto da Catingueira", uma ópera em cinco movimentos e ainda as "Árias Sertânicas" já em 1992, além de vários outros trabalhos, sempre com a temática, cenas, momentos envolvendo histórias de vida vividas ou passadas. O compositor Brasiliense João MacDowell tem obtido grande sucesso com encenações de sua ópera bilingue Tamanduá, encenada em Nova York e New Jersey. A história conta a jornada de uma jornalista norte-americana no Brasil, envolvida em um triângulo amoroso e elementos da religiosidade como candomblé e pajelança. A música mistura elementos contemporâneos e ritmos brasileiros.


Referências: www.google.com.br